A mostra A quarta geração construtiva no Rio de Janeiro, sob curadoria de Paulo Herkenhoff, foi um marco em muitos sentidos. Exposição inaugural da FGV Arte, seu conteúdo revela as múltiplas direções que esse novo espaço de arte do Rio de Janeiro indica. Em seu embrião, a preocupação de nunca dissociar arte e reflexão, estética e filosofia, sentir e pensar. A FGV Arte não somente impulsiona as relações entre obras de arte e pessoas, mas também se afirma como um espaço inscrito no seu tempo, como um vetor da produção artística brasileira feita hoje. Além de espaço expositivo, a FGV Arte é também propositiva: Paulo Herkenhoff propõe uma leitura da arte que se faz no presente e identifica a longevidade da vontade construtiva no Rio de Janeiro, uma vontade, no entanto, transformada, impregnada das urgências do século XXI. Não é mais o mesmo núcleo de pessoas que possui vontade construtiva; por ter se democratizado, são diversos os núcleos, os centros, os descentramentos e as desconstruções. Se o neoconcretismo permitiu a integração de questões plásticas e questões políticas nos seus resultados artístico-intelectuais, a quarta geração construtiva utiliza tal ganho como trampolim para enfim discutir construtivamente as grandes feridas nunca cicatrizadas de nossa sociedade. A quarta geração construtiva é propositiva, se ela direciona um olho para o passado, ela reserva incontáveis olhares para o presente. É isto que a interessa: discutir, dizer, fazer escutar, escrever. Esse novo olhar fica aparente na grande diversidade de obras de arte presentes na mostra: pinturas, esculturas, instalações ou, mais concretamente, bandeiras, rotores, barcos, rodas, novelos, bichos etc. Para celebrar o fim da mostra, Paulo Herkenhoff e a FGV Arte convidam para um finissage no dia 24 de fevereiro de 2024, das 10h às 19h, na sede da FGV. A programação contará com lançamento do catálogo da mostra; oficinas com Julia Otomorinhori’õ e Antonio Ton; Maratona construtiva, com Adriana Maciel, Adrianna eu, Alexandre Vogler, Andréa Hygino, Antonio Bokel, Antônio Ton, Bob N, Deborah Engel, Guilherme Santos Silva, Heleno Bernardi, Jefferson Medeiros, Joana Traub Csekö, Joelington Rios, Julia Otomorinhori’õ, Lucas Ururahy, Luiz Baltar, Marcelo Macedo, Marcelo Monteiro, Maria Mazzillo e Osvaldo Carvalho; ativação sonora e visual na obra Tocando o barco, com Lucas Ururahy e artistas convidados.